2008-12-08

Somos todos UM




Somos, cada um, como uma peça de um puzzle que se encontra espalhado numa mesa. Biliões de peças, todas únicas, diferentes, com características especiais que nos tornam essenciais ao todo.


O objectivo da nossa existência prende-se com o experienciar ao máximo, como indivíduos, o que seria mais complexo ou mesmo impossível de ser experienciado pelo todo (se a Vida, ou Deus, é tudo, como se pode experiência?).


Para se experienciar, a Vida divide-se continuamente em pequenas unidades (uma planta, um ser humano, uma pedra...).


Nesta existência, temos um corpo físico capacitado de sentidos para que essa experiência seja possível. O tacto, a visão, o paladar, o olfacto, a escuta, os quais aliados à mente nos trazem as experiências mais belas e as mais horríveis também, sendo todas muito importantes.


Sem a tristeza não poderíamos conhecer a alegria, sem o feio não daríamos valor ao belo, sem o amargo, não desejaríamos o doce, sem a dor não desejaríamos o prazer. A moeda tem sempre dois lados.


Temos estas experiências todas e podemos escolher o modo como as vivenciamos: se fazemos delas experiências positivas, aprendendo com elas ou se fechamos os olhos e fingimos que não é nada connosco


Contudo, sejam quais forem as nossas decisões, as nossas opções, todas são válidas porque nada mais são do que caminhos para a experiência. Uns de um modo mais célere, outros num ritmo mais lento, caminhamos na direcção do Todo.


No nosso ser mais profundo, sabemos o que realmente importa e sabemos que somos parte de um todo, mas, na maior parte do tempo, o facto de sermos unos fisicamente provoca a ilusão de que estamos efectivamente separados e em comparação uns com os outros. Vivemos na ilusão da competitividade...


Se cada um de nós tivesse a consciência de que todos somos essenciais e parte de algo magnífico e vivo como a Existência, teríamos mais compaixão pelo outro (porque estaríamos a ter compaixão por nós mesmos), respeitaríamos os outros seres e ficaríamos gratos por estar aqui e agora (porque já o facto de respirar faz com que a Vida evolua activamente - o dióxido de carbono que lançamos a cada expiração ajuda uma árvore ou uma planta a sobreviver, e elas dão-no tanto...).


Uma pequenina gota tem a essência do Oceano em si, mas só se transforma em Oceano quando se une a outras gotas.

Nunca estamos sozinhos...






2008-12-02

Simples mas poderoso...




No meio do turbilhão que habita normalmente a minha mente, de vez em quando surgem ideias-chave para a compreensão do estado actual da minha vida.

Ao longo de muitos anos de perturbação e de contínuas questões acerca das razões para não me sentir feliz com a vida que tinha, não havia percebido algo impresssionantemente simples mas tão importante: eu nunca defini objectivos específicos que quisesse alcançar.


O pensamento é criativo... imaginem alguém com milhares de pensamentos a ocorrerer quase ao mesmo tempo... A dispersão foi sempre uma sombra na minha vida e sempre tive bastante dificuldade em concentrar-me apenas num aspecto de cada vez...


Quando era criança, queria ser cantora...ao longo do tempo fui querendo sempre fazer algo diferente, quando ainda não havia atingido a vontade anterior...


Eu tinha por irmão gémeo Fernando Pessoa que desejava ser tudo e todos ao mesmo tempo.

Confuso não?...

Como conseguiria eu ter harmonia? Como poderia eu descansar na paz da satisfação atingida se continuava a correr em diversas direcções quase ao mesmo tempo?

Para conseguir algo, pensa-se nisso com todo o seu coração e depois age-se em conformidade com esse desejo de modo a que a energia do pensamentos e transforme na forma física do mesmo.

Lembro-me do menino que desejava ter uma bicicleta, no filme "O Segredo". Ele desenhou a bicicleta, ele sonhava com ela, quase desistiu de acreditar de que teria essa bicicleta, mas, com o tempo, e mantendo-se focado no que desejava, a bicicleta apareceu defronte ele como um presente de um familiar.


Eu no lugar do menino, sonharia com a bicicleta e dois dias depois sonharia com um skate e depois com a bicileta de novo e no dia seguinte preferia uns patins, até me decidir finalmente por algo... ou por nada... O Universo só poderia andar confuso comigo...


Mas, é claro que todas as histórias têm um final feliz... ou não têm final :)


Com o tempo, o universo foi identificando os momentos em que as minhas emoções foram falando mais alto quando desejava algo com que realmente me identificava e ao longo dos anos foi-me trazendo os presentes mais doces.


O que significa que mesmo as pessoas mais difusas se encontram no meio da confusão com que se regem. Com treino, conseguimos ter pequenos momentos de pequena concentração para nos podermos observar, aceitar e agradecer cada pedacinho que nos é dado.

Aprendi a aceitar o meu ser, a aceitar que para mim o mundo vai ser sempre maravilhoso demais para ser apreciado de apenas um modo.

Pedacinho a pedacinho conseguirei saborear o todo.