2008-08-01

Música... ou Máquina do Tempo


Nos anos 80, não era mais que uma catraia, e a viver num lugarzinho pequeno onde nada mais havia que vinhas e oliveiras e não tinha acesso à música excepcional que se fazia em todo o mundo.


Ainda que pequena, sinto hoje que na altura já tinha um ouvido especial porque as músicas de que gostava ou eram as simples melodias que o povo entoava ao ritmo da vindima ou da desfolhada nas eiras, e que eu cantava a plenos pulmões com a minha família, ou então escutava já deliciada as melodias dos Trovante, do Rui Veloso, do Zeca Afonso, do Pedro Barroso, cujas letras pejadas de tanta força, para mim nada mais eram que belas aves a povoar a minha imaginação, ensinando-me a crescer.


Aos poucos, fui tendo contacto com outros lugares e pessoas que nessa altura escutavam outros desabafos musicais, letras e músicas povoadas de lugares e culturas que na altura não sonhava sequer existirem.


Hoje em dia, embalo-me ao som da "Killing Moon" dos Echo and the Bunnymen, ou adormeço à sombra da "Forest" dos The Cure. Danço emocionada com os Joy Division em "Love will tear us appart", cuja versão dos Nouvelle Vague me enternece. Enamoro-me pelos "Indigo eyes" do Peter Murphy e pulo ao som de "She's in parties" dos Bauhaus.


Deixo-me atraír pelo som gótico e celta de tantas bandas que me fazem viajar para tempos longínquos, os quais, ainda que descritos como tempos de trevas, estavam pejados de mistério e de conhecimentos, na maior parte das vezes guardados pelas mulheres.


Com a música viajo, pela música respiro mais fundo...


O meu destino reside numa melodia....

1 comentário:

Biblioteca Rodrigues de Freitas disse...

A música está-te no sanngue, noa r que tu respiras. Até na voz quando a soltas. É uma segunda alma tua. Hás-de sempre ter a música como uma sombra tua, uma segunda casa, a tua conchinha. Como aliás tudo que exala sensibilidade e trasncendência. Faz parte da tua unicidade como pessoal muito muito especial que és.
Beijinhos grandes
Marisa